Athletico Paranaense: campeão da Copa Sulamericana 2018

Jogadores do Athletico Paranaense comemoram a conquista da inédita Copa Sulamericana. Foto: Miguel Locatelli/Site Oficial

O Club Athletico Paranaense conquistou pela primeira vez em sua história a Copa Sulamericana ao superar nos pênaltis o Junior Barranquilla, da Colômbia, na noite desta quarta-feira (12), na Arena da Baixada, em Curitiba. O Furacão abriu o placar com Pablo, mas Téo Gutiérrez empatou para os visitantes e levou à decisão para a prorrogação, que terminou sem gols e com os colombianos desperdiçando um pênalti a poucos minutos do término do tempo extra, e às cobranças de cinco penais. Na série, o rubronegro paranaense levou a melhor e venceu o adversário por 4 a 3 e assegurou a seu primeiro troféu internacional em 94 anos de história.

O Athletico Paranaense começou na pressão. Aos cinco minutos, Nikão cobrou falta direto, a bola desviou na cabeça de Pablo e passou rente ao travessão. No lance seguinte, foi a vez de Renan Lodi avançar e, da entrada da área, arriscar o chute, que saiu sem força para fora. Aos 8, foi a vez de Marcelo Cirino tentar de longe, mas não acertou o alvo.

O Junior Barranquilla teve a sua primeira chance aos 12. Téo Gutiérrez recebeu na direita, rolou para o meio e Barrera emendou por cima do gol de Santos. Dois minutos depois, Lodi cruzou para Cirino, que cabeceou do segundo pau para o meio da área, mas Raphael Veiga não alcançou e a defesa tirou o perigo. Pouco tempo depois, aos 17, o camisa 7 rubronegro cobrou falta no canto, mas Viera defendeu. O Furacão ainda tentou aos 23 com Renand Lodi que soltou a pancada de fora da área, mas o Viera fez grande defesa.

No entanto, aos 25, os Tiburones erraram na saída de bola e permitiu que Léo Pereira lançasse Pablo, que tabelou com Raphael Veiga e recebeu passe na medida e na cara do goleiro, aí o artilheiro só colocou na saída de Viera, que até tocou na redonda, mas não evitou o gol. Festa atleticana na Arena da Baixada, 1 a 0 para o Furação. Esse foi o 18º gol de Pablo em 2018.

Depois de ter sofrido o gol, os colombianos tentaram entrar no jogo e, aos 35, assustaram com o cruzamento de Barrera na medida para Téo Gutiérrez, mas Thiago Heleno, de cabeça, salvou a pátria atleticana. O Junior melhorou na partida e passou a incomodar mais o Athletico, que demorou para chegar ao ataque, que, depois do gol, só aconteceu aos 46 com Lucho González, que pegou de primeira o passe de Nikão, mas não levou perigo.

Na volta para o segundo tempo, o CAP veio com Rony no lugar de Marcelo Cirino e, antes do primeiro minuto de partida, Veiga deu passe açucarado para Pablo, que invadiu a área pela diagonal para bater cruzado, mas Viera defendeu com as pontas dos dedos e impediu o segundo tento do Athletico Paranaense. Contudo, para correr atrás do prejuízo, o Junior Barranquilla entrou no jogo. Aos 8, Luis Díaz chutou forte e Santos defendeu bem. Quatro minutos depois, o camisa 23 invadiu a área e bateu cruzado, mas o lateral-direito Jonathan, atento, fez o corte para escanteio. Contudo, o mesmo Díaz cobrou escanteio, Gómez subiu e cabeceou, porém, Téo Gutiérrez deu um leve desvio e matou qualquer possibilidade de defesa para Santos e empatou a decisão.

A igualdade motivou os colombianos, que foram para cima. Aos 14, em contragolpe puxado por Gutiérrez, Barrera deixou Luiz Díaz em boas condições, mas ele bateu na saída do arqueiro e a esférica raspou a trave defendida por Santos, quase veio a virada. O Junior Barranquilla tirou proveito do descuido do time paranaense e tornou a perder mais gols. Aos 19, a zaga errou no corte, Díaz ficou mano a mano com Thiago Heleno, cortou para o lado e chutou forte para o arqueiro atleticano defender em dois tempos. Na jogada posterior, aos 21, Téo Gutiérrez recebeu na área, abriu espaço e tentou colocar no canto, mas a bola, caprichosamente, tirou tinta da trave.

Depois de sofrer pressão dos visitantes, o Furacão acordou aos 22. Pablo recebeu na entrada da área e finalizou, a bola desviou na defesa e quase morreu nas redes. No lance seguinte, aos 23. Téo Gutiérrez acionou Díaz na área, que mandou uma pancada e quase marcou. Aos 29, Jonathan cruzou na área, Rony, ao antecipar-se da marcação, desviou de cabeça e errou o alvo. A peleja seguiu em ritmo eletrizante com o Barranquilla assustando aos 33. Em contra-ataque bem organizado, Yuri González recebeu em velocidade, passou por dois marcadores, entrou na área e chutou forte, a bola bateu na defesa e saiu pela linha de fundo. Aos 38, o camisa 18 alvirrubro colombiano recebeu na área, bateu cruzado e a defesa atleticana se safou.

Empurrado pela sua torcida, o Athletico ainda tentou evitar a prorrogação ao criar duas chances consecutivas nos acréscimos do tempo regulamentar. Aos 46, Raphael Veiga cobrou falta, Nikão subiu e cabeceou para o meio do gol para fácil defesa de Viera. E, no último lance do tempo normal, o camisa 11 atleticano teve mais uma chance ao pegar de primeira da área, após o escanteio, mas a redonda passou perto do gol de Vieira. Assim, o jogo terminou empatado em 1 a 1 e, com isso, foi à prorrogação.

Na prorrogação, foi o Junior Barranquilla quem tomou a iniciativa de desempatar o duelo. Aos 6, Fuentes recebeu na linha de fundo e cruzou para Luis Díaz dominar no peito e emendar uma bicicleta para o meio do gol e Santos defender. Em seguida, o infernal Díaz pedalou para cima de Jonathan e rolou para Piedrahita chegar batendo de prima da entrada da área e mandou para fora. E, antes dos últimos quinze minutos de prorrogação, o Furacão precisou fazer duas alterações por questões médicas: saíram Pablo e Nikão para as entradas de Bergson e Marcinho. Aos 12, Yony González tentou fintar Thiago Heleno e caiu na área, pedindo pênalti, mas o árbitro chileno ignorou o apelo do jogador e causou revolta dos colombianos.

O sofrimento atleticano seguiu no segundo tempo da prorrogação. Aos 3 minutos, o goleiro Santos derrubou Yony González dentro da área. Pênalti. Na cobrança, Barrera quis caprichar demais e mandou por cima do gol. Depois do susto, o clube paranaense ainda teve uma grande chance aos 8 com Bergson. O atacante tentou do bico da grande área e Viera salvou na ponte dos dedos. Depois do clima de tensão vivido pelos dois lados, o Junior Barranquilla segurou a posse de bola para assegurar a disputa por pênaltis.

Nas cobranças, o Junior Barranquilla abriu a série com Narváez convertendo a sua, enquanto isso Jonathan empatou para o Athletico, mas Fuentes acertou a trave e, na sequência, Raphael Veiga deixou o Furacão na frente. Rafael Pérez empatou e Bergson manteve os brasileiros na frente. Téo Gutiérrez, principal jogador do Junior, isolou a sua cobrança. Mas Renan Lodi desperdiçou o seu tiro penal ao mandar para fora. O goleiro Viera anotou a sua cobrança e manteve viva as chances da equipe de Barranquilla, mas Thiago Heleno não errou e deu números finais à série. Final da disputa de pênaltis na Arena da Baixada: Athlético Paranaense 4, Junior Barranquilla 3. O Furacão conquista pela primeira vez em sua história a Copa Sulamericana e está garantido na Copa Libertadores de 2019.

Athletico Paranaense e Junior Barranquilla fizeram uma partida eletrizante na Arena da Baixada, em Curitiba. Os anfitriões, como era de se esperar, começaram com tudo e chegaram ao gol ainda no primeiro tempo com o artilheiro Pablo. Mas os colombianos, aos poucos, foram gostando do jogo e pareciam que tinham em mente que o empate viria em uma questão de tempo. E assim foi, logo no começo do segundo tempo, com o experiente Téo Gutiérrez. A igualdade deu um ‘apagão’ na equipe treinada por Tiago Nunes, que passou boa parte da etapa final sofrendo pressão dos visitantes. E, antes da prorrogação, o CAP ainda perdeu duas chances com Nikão. No tempo extra, o equilíbrio e a tensão prevaleceram e Junior Barranquilla teve a chance de ouro de levar o título para casa quando teve um pênalti, corretamente marcado, a seu favor, mas Barrera mandou para a BR-277 a oportunidade de mudar o destino do troféu da Sulamericana. O Athletico ainda esteve perto da vitória com Bergson, mas Viera fez uma grande defesa e levou a disputa para os pênaltis. Na série de cinco penais, melhor para o rubronegro paranaense que converteu quatro de suas cinco cobranças, enquanto o time de Barranquilla perdeu dois pênaltis.

Com a conquista inédita, além da premiação, o Athletico Paranaense disputará a Copa Libertadores da América em 2019 e abriu uma vaga para a próxima Copa Sulamericana para a Chapecoense. Além do principal torneio do continente, o Furacão vai encarar o River Plate, atual campeão da Libertadores, a Recopa Sulamericana e, no segundo semestre de 2019, a Copa Suruga Bank, no Japão, contra o campeão japonês. O Furacão torna-se o primeiro clube paranaense a ser campeão de um torneio internacional oficial e a quarta equipe brasileira a erguer a taça da Copa Sulamericana (sendo a terceira da região Sul do Brasil). Antes dele, o Internacional (em 2008), São Paulo (em 2012) e Chapecoense (em 2016) ganharam o segundo torneio de clubes mais importante da Conmebol.

A seguir, o resumo da campanha do campeão e a ficha técnica do jogo do título.

Primeira Fase:
12/04 – Athletico Paranaense (BRA) 3×0 Newell’s Old Boys (ARG) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
10/05 – Newell’s Old Boys (ARG) 2×1 Athletico Paranaense (BRA) – Marcelo Bielsa, Rosário (ARG)
Segunda Fase:
26/07 – Athletico Paranaense (BRA) 2×0 Peñarol (URU) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
07/08 – Peñarol (URU) 1×4 Athletico Paranaense (BRA) – Campeón del Siglo, Montevidéu (URU)
Oitavas-de-final:
19/09 – Caracas (VEN) 0x2 Athletico Paranaense (BRA) – Olímpouco de LA UCV, Caracas (VEN)
03/10 – Athletico Paranaense (BRA) 2×1 Caracas (VEN) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
Quartas-de-final:
24/10 – Bahia (BRA) 0x1 Athletico Paranaense (BRA) – Fonte Nova, Salvador (BRA)
31/10 – Athletico Paranaense (BRA) (4)0x1(1) Bahia (BRA) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
Semifinais:
07/11 – Athletico Paranaense (BRA) 2×0 Fluminense (BRA) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)
28/11 – Fluminense (BRA) 0x2 Athletico Paranaense (BRA) – Maracanã, Rio de Janeiro (BRA)
Final:
05/12 – Junior Barranquilla (COL) 1×1 Athletico Paranaense (BRA) – Metropolitano de Barranquilla, Barranquilla (COL)
12/12 – Athletico Paranaense (BRA) (4)1×1(3) Junior Barranquilla (COL) – Arena da Baixada, Curitiba (BRA)

FICHA TÉCNICA: ATHLETICO PARANAENSE (BRA) (4)1×1(3) JUNIOR BARRANQUILLA (COL)
Competição/Fase: Copa Sulamericana 2018 – final (2º jogo)
Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR)
Data: 12 de dezembro de 2018, quarta-feira – 21h45 (horário de Brasília)
Público total: 40.263 pessoas
Público pagante: 39.618 pessoas
Renda: R$ 2.084.560,00
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Auxiliares: Christian Schiemann (CHI) e Claudio Rios (CHI)
Cartões Amarelos: Jonathan e Wellington (Atlético Paranaense); Yony González, Narváez, Gómez e Piedrahita (Junior Barranquilla)
Gols: Pablo, aos 26 min do 1º tempo (1-0); e Téo Gutiérrez, aos 12 min do 2º tempo (1-1)
Pênaltis convertidos: Jonathan, Raphael Veiga, Bergson e Thiago Heleno (Atlético Paranaense); Narváez, Pérez e Viera (Junior Barranquilla)
Pênaltis desperdiçados: Renan Lodi (Atlético Paranaense); Fuentes e Téo Gutiérrez (Junior Barranquilla)
ATHLETICO PARANAENSE (BRA): 1.Santos; 2.Jonathan, 4.Thiago Heleno, 14.Léo Pereira e 6.Renan Lodi; 3.Lucho González (28.Wellington), 16.Bruno Guimarães e 7.Raphael Veiga; 10.Marcelo Cirino (9.Rony), 11.Nikão (22.Marcinho) e 5.Pablo (30.Bergson). Técnico: Tiago Nunes
JUNIOR BARRANQUILLA (COL): 1.Viera; 20.Piedrahita, 21.Gómez (23.Ávila), 5.Pérez e 17.Fuentes; 15.Narváez, 24.Cantillo, 6.Sánchez (18.Yony González), 23.Díaz e 10.Barrera (11.Moreno); 29.Téo Gutiérrez. Técnico: Julio Comesaña

Parabéns ao Club Athletico Paranaense pelo título.

Por Jorge Almeida