Anelis Assumpção, Alessandra Leão e Cátia de França em “Cancioneiras”, no Sesc Belenzinho, dentro do ARTE – Substantivo Feminino

As cantoras Alessandra Leão, Anelis Assumpção e Cátia de França farão o concerto "Cancioneiras" no Sesc Belenzinho no próximo dia 16. Créditos: divulgação
As cantoras Alessandra Leão, Anelis Assumpção e Cátia de França farão o concerto “Cancioneiras” no Sesc Belenzinho no próximo dia 16. Créditos: divulgação

O feminismo tem que existir enquanto houver o machismo.” – Alessandra Leão

Eu sou filha de pai negro e mãe branca e acho que meu papel é me reafirmar como negra, pois vi que esta postura é mais importante.” – Anelis Assumpção

No mundo em que vivo de cantores e pessoas despojadas, a pressão é menor em cima das mulheres, algo diferente da Lady Gaga.” – Cátia de França

O projeto ARTE – Substantivo Feminino apresenta no dia 16 de abril (sábado) o show “Cancioneiras”, com Alessandra Leão, Anelis Assumpção e Cátia França. As três cantoras-intérpretes fazem da canção um lugar de experimentação e o show traz a união de artistas de diferentes gerações e estados do país. Elas apresentarão músicas próprias e farão duetos inéditos no palco da Comedoria, no Sesc Belenzinho, a partir das 21h.

Em comum, elas percebem que no meio artístico em que transitam há preconceito sim, mas velado, e dizem que em outros estilos a coisa é mais latente. Na história da música, o Brasil é conhecido por grandes cantoras, a maioria delas intérpretes de canções de compositores homens. O espetáculo “Cancioneiras” vem justamente para transgredir essa imagem e traz ao palco artistas que cantam as próprias músicas recheadas de singularidades e uma boa dose de transgressão ao machismo.

O ARTE – Substantivo Feminino se instalou no Sesc Belenzinho para trazer uma série de apresentações de espetáculos, oficinas, intervenções e shows, todas com a temática do feminino. O protagonismo da mulher aqui vai além da maternidade, do lidar com a casa ou com os filhos, está na militância e no empoderamento calcado em ações que a coloquem como dona de si, dos atos e das próprias obras. A mulher política, como centro da questão. As obras escolhidas para o projeto têm diferentes pontos de vista sobre o feminino, e abordam as lutas dentro da história e da sociedade. O ARTE – Substantivo Feminino vai até meados de abril, veja no site do Sesc a programação completa.

Alessandra Leão:
A pernambucana fará um show baseado na trilogia de EPs: Pedra de Sal (2014), Aço (2015) e Língua (2015), que trazem uma nova fase da cantautora em um profundo e íntimo mergulho na construção e desconstrução do seu processo criativo. Nestes discos, Alessandra Leão fortalece o diálogo com outras linguagens artísticas e abre espaços íntimos entre elas. Espaços de invenção e criação, de transgressão e ruptura.

Alessandra Leão é percussionista, compositora e cantora. Iniciou sua carreira em 1997 com o grupo Comadre Fulozinha e atuou ao lado de músicos como Antônio Carlos Nóbrega, Siba, Silvério Pessoa, Kimi Djabaté (Guiné Bissau), Florencia Bernales (Argentina), entre outros. Em 2006, Alessandra deu início ao seu trabalho autoral com o elogiado Brinquedo de Tambor, produzido e arranjado em parceria com o violeiro, compositor e arranjador Caçapa. Em 2009, lançou seu segundo CD solo Dois Cordões. Tem realizado turnês no Brasil, Argentina, Colômbia, França, Bélgica, Portugal e Holanda.

O feminismo tem que existir enquanto houver o machismo, então acho que ele sempre terá que existir, porque ele ainda está muito entranhado na nossa sociedade. E o feminismo está em uma fase de construção, dando espaço para a gente poder se reprogramar. No meio em que habito, ele não é tão forte, mas em outros meios sim, ainda vejo bastante a mulher sendo usada como objeto. Hoje, toco apenas com homens, mas antes, quando estava no Cumade Fulozinha, escolhemos ter na banda apenas mulheres, por uma coisa estética. Hoje percebe que fomos feministas e nos tornamos ainda mais com o passar dos anos”, afirma Alessandra.

Anelis Assumpção:
A paulistana filha de Itamar Assumpção iniciou a carreira solo em 2007 e o primeiro disco saiu após o licenciamento dos direitos autorais sobre as obras do pai para a edição de colecionador Caixa Preta. O primeiro álbum “Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa” saiu em 2011 e teve a participação de outras grandes artistas, como Céu, Karina Buhr e Thalma de Freitas. No palco do Sesc Belenzinho, ela apresenta a segunda empreitada, “Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários” (2014) com canções que mostram mulher que não tem medo de apertar na campainha de um amor na madrugada, em “Cê tá com tempo?” ou que escolhem perder a própria festa de casamento para ir ao cinema, em “Song to Rosa”. A mulher empoderada de Anelis é um retrato de si mesma.

O machismo e o racismo são muito velados no meio artístico, a gente nem sempre percebe. E no dia a dia, tem muita gente que nem fala que eu sou negra, dizem coisas como: ‘Mas o seu cabelo não é tão enrolado, né? Mas você tem traços bonitos’. A pessoa pensa que isso vai ajudar e faz de maneira inconsciente muitas vezes. Eu sou filha de pai negro e mãe branca e acho que meu papel é me reafirmar como negra, pois vi que esta postura é mais importante. Mas o preconceito existe e muitas vezes de forma velada. Carrego a bandeira de ser mãe, tenho dois filhos, um de cada pai, sou negra e mulher”, fala.

Anelis iniciou a carreira como backing vocal da banda do pai, Itamar e integrou o grupo Dona Zica, ao lado de Iara Renó e Andréia Dias.

Cátia de França:
A paraibana de João Pessoa, Cátia de França apreendeu a tocar vários instrumentos ainda quando criança, sanfona, piano e violão. As letras são sempre inspiradas em poesias, livros ou entrevistas. A cantora e compositora tem várias composições gravadas por outros artistas, como Elba Ramalho, Amelinha e Xangai. Este último foi parceiro no disco AVATAR (1998), que também conta com a participação de Chico César. O primeiro disco da cantora foi 20 palavras (1979) em parceria com Zé Ramalho e participações de Dominguinhos, Sivuca, entre outros.

Cátia já foi parceira de palco de Jackson do Pandeiro, na década de 1980, durante a primeira versão do Projeto Pixinguinha. O show é baseado no último disco “No Bagaço da Cana um Brasil” (2012), e as letras vieram dos romances de José Lins do Rego sobre o ciclo da cana de açúcar no Nordeste. No disco, todas as canções são orquestradas pelo coletivo formado apenas por mulheres, o Camerata Arte Mulher, mostrando toda a confluência com o Projeto ARTE – Substantivo Feminino.

Cátia adora brincar no palco e uma das coisas que sempre faz para quebrar o clima frio de começo de show é falar de sua beleza. “Eu uso isso como gancho, porque também fico nervosa no começo do show e quero que as pessoas cheguem mais perto do palco. No mundo em que vivo de cantores e pessoas despojadas, a pressão é menor em cima das mulheres, algo diferente da Lady Gaga. Mas a grande mídia, realmente, acaba fazendo algumas comparações. Elba Ramalho, por exemplo, era conhecida como ‘as pernas mais bonitas’ da música brasileira. Olha para isso! Mas estou muito feliz com este encontro. Vou cantar com mulheres fortes! Imagina cantar com Anelis, que honra!”, conta Cátia.

SERVIÇO:
Cancioneiras com Alessandra Leão, Anelis Assumpção e Cátia de França
Local: Sesc Belenzinho – Comedoria – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho
Quando: dia 16 de abril, às 21h
Duração: 1h30
Classificação: Não recomendado para menores de 18 anos.
Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP (www.sescsp.org.br), a partir de 05/04/2016, às 15h30, e nas unidades, a partir de 06/04/2016, às 17h30.
Ingressos: R$ 25,00 (inteira). R$ 12,50 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 7,50 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Telefone: (11) 2076-9700
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Estacionamento
Para espetáculos com venda de ingressos: R$ 6,00 (não matriculado); R$ 3,00 (matriculado no SESC – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

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